Alunos que
apresentam habilidades elevadas nos estudos receberão acompanhamento
especializado em Corbélia, através do atendimento da Sala de
Recursos Multifuncional. A função desse espaço, é oferecer
educação suplementar para essas crianças. Embora o espaço tenha
sido criado na Escola Municipal 1º de Maio, a sala atenderá toda
Rede Municipal de ensino.
A inauguração
desta sala coloca termo a um sonho muito acalentado pela Educação
Municipal corbeliense. Há anos, pelo menos mais de cinco, a Equipe
de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, junto
com as escolas, projetavam a criação de um programa que acolhesse
os alunos com capacidades elevadas para o aprendizado. E depois de
alguns trâmites burocráticos, enfim, a sala de recursos
multifuncional encontra-se operante.
As psicopedagogas
Jacqueline M. Thomaz Lessa e Neide Procópio Libero e a psicóloga
Francielli Pereira Gozzi, da Secretaria Municipal de Educação,
contam que “ao avaliarem algumas crianças com dificuldades de
comportamento, percebem que essas condutas, podem ser causadas por
uma inteligência acentuada. Esses alunos são inquietos porque tem
vontade de aprender coisas diferentes. Pensam grande num corpo
pequeno,” O senso comum diz que não há nada errado em ter uma
inteligência acima da média e que, naturalmente, essa pessoa vai se
sair bem nos estudos. E de fato, não há problema algum em ser
dotado de capacidades extraordinárias, muito pelo contrário, mas
acreditar que esse indivíduo dispensa cuidados especiais, isso é um
erro.
De acordo com as
profissionais, “essas crianças também são especiais, pois
demandam atendimento diferenciado. Precisamos ter um olhar mais
sensível para perceber esses alunos. Eles querem saber mais, tem
necessidade de aprender e isso pode deixá-los ansiosos. Eles
extravasam seu nervosismo falando muito, perguntando muito, e o
professor, quando não está atento a sua diferença, acaba
considerando esse aluno indisciplinado.”
A sala de recursos
multifuncional para alunos com altas habilidades/superdotação vem
com a proposta de fornecer uma educação suplementar para crianças
“superdotadas”. Mas as profissionais recomendam cautela na hora
de empregar esse temo, “não são todas as crianças que são
superdotadas em todas as áreas. Geralmente, ela vai ter uma alta
habilidade em alguma coisa. Pode ser em ciências exatas,
linguística, artes...” O objetivo da sala de recursos é desafiar
esse aluno por meio de projetos específicos voltados para sua área
de interesse. O professor será o mediador que vai orientar os alunos
na execução de projetos onde cada um deles poderá contribuir com
suas habilidades.
“O professor
dessa sala de recursos precisa ter uma disposição para pesquisa,
motivação, criatividade e inovação. Também precisa interagir com
as famílias, pois esse projeto não vai se limitar somente dentro
desse espaço. O professor precisa buscar parcerias com universidades
e projetos do município. Será um articulador de oportunidades para
essas crianças especiais”, esclarece a Lessa.
Contudo, o
atendimento na sala de recursos não isenta o professor do ensino
regular do dever de elaborar suas aulas pensando nas particularidades
dos alunos. “É importante que o ensino regular também adapte seu
currículo, para trabalhar com as diferenças. Foi-se o tempo da
padronização. Hoje a Educação tem o desafio de formar o indivíduo
de acordo com suas características particulares. Não podemos mais,
como educadores, tentar enquadrar todos numa caixinha só,”
salienta Jacqueline.
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