Durante
o último dia 26, educadores corbelienses participaram da palestra
“Como ocorre a aprendizagem no cérebro – melhorando a prática
pedagógica do professor”, com o Professor e Doutor em
neuropsicologia Egídio José Romanelli. A palestra, que foi
realizada no Centro Cultural Vereador José Rubin e durou toda a
manhã e parte da tarde, fez parte do progroma de formação
continuada da Secretaria de Educação e Cultura de Corbélia.
Dado o dinamismo e a
extensão do encontro, pode-se até classificá-lo como um minicurso,
ao invés de uma simples palestra. O tema central abordado por Egídio
versava em torno dos processos biológicos que tem lugar no cérebro
quando a pessoa está assimilando algum conhecimento novo, ou seja, o
que acontece dentro de nossa cabeça quando estamos aprendendo.
Entender como o cérebro dos alunos funciona, segundo Egídio, pode
ajudar os professores a planejar aulas interessantes, que cativem a
atenção das crianças com atividades estimulantes. “O segredo da
evolução do homem é o estímulo. As crianças devem ser
estimuladas para aprender”, ensinou e ainda fez uma analogia: “os
animais agem por instinto, mas em nós o instinto foi substituído
pelo aprendizado. Assim como os instintos são fonte de prazer para o
animal, o ato de aprender deve proporcionar o mesmo para nós. Quando
as aulas forem gostosas para a criança ela vai aprender muito mais
facilmente, e terá felicidade em ir para a escola”.
Romanelli demonstrou
como deficiências no sistema neurológico são responsáveis pelo
déficit de aprendizagem e apontou quais atitudes cabem ao professor
que precisa ensinar alunos com essas limitações. “Três virtudes
são necessários para um professor. São elas: paciência, paciência
e paciência. Não há aprendizado sem repetição. Existem alunos
que aprendem rápido, mas com alguns deles o professor vai precisar
sentar do lado e repetir tantas vezes quanto for necessário”,
disse Egídio. Por outro lado, há casos onde a dificuldade é gerada
por métodos didáticos equivocados, e agravada quando os erros da
criança são repreendidos com dureza excessiva pelo educador. A
falta de paciência e delicadeza no trato pode bloquear os alunos,
fazendo com que indivíduos sem nenhum distúrbio ou deficiência
natural demonstrem semelhante dificuldade nos estudos. Nesse ponto,
professoras que participaram da palestra reconheceram que “muitas
vezes a gente, as professoras, não tem ideia de como essa questão
da repreensão pode ser tão prejudicial”, admitiu a professora
Elaine Aparecida de Souza. E a professora Carolina Fontana avalia que
“essa situação é mais frustrante para o aluno do que para o
professor”.
Para
que a escola se constitua num ambiente propício para o estudo, diz
Romanelli, ela precisa ser “gostosa”. Mas para que isso aconteça
é fundamental que os professores sejam motivados. “Que os
professores gostem do que fazem, gostem de crianças, e que exerçam
o magistério com prazer”, recomendou. Educadores de “mal com a
vida” vão acabar projetando toda sua amargura nos alunos. Quando o
professor vai para a sala de aula acabrunhado e mau humarado, essa
nagatividade vai se refletir nos alunos. Eles ficarão nervosos e
agitados e isso vai aumentar o estresse desse professor. “O
estresse somos nós que inventamos”, asseverou Egídio. Não
adianta ser zeloso com a vida profissional e desleixado com a vida
familiar e íntima. Dormir bem, cuidar da saúde, praticar algum
hobbie, ler muito, são indispensáveis para o bem estar físico e
mental e de maneira alguma devem ser negligenciados.
De
acordo com a Secretária de Educação Jusiney Terezinha Favretto
Barbosa, a palestra do Dr. Egídio atendeu à um anseio dos
profissionais de educação de Corbélia. “Há muito tempo eles
almejavam por uma palestra assim: atraente, motivadora e que
ressaltasse de forma tão clara os aspectos da relação
ensino-aprendizagem”. A secretária afirma que a palestra foi
importante para “a capacitação dos nossos profissionais, pois sua
temática, processo de aprendizado, se relaciona íntimamante com o
trabalho de todo educador”. A palestra, segundo Jusiney, conseguiu
empolgar os professores. E esse estímulo acabará sendo revertido em
benefício das próprias escolas, uma vez que educadores animados e
empenhados em aprender mais se capacitam para “fazer uma educação
mais dinâmica e tornar o processo de ensino e aprendizagem mais
atraente para o aluno”, disse a Secretária de Educação.
E se resta alguma dúvida
quanto ao papel crucial do professor na educação e a necessidade
imprescindível desta para o progresso da sociedade, e mais, da vida
do homem, o doutor Romanelli lembra que “Jesus veio ao mundo como
professor e ensinou durante seu ministéio terrestre. Isso nos mostra
que trabalhar com educação é uma obra divina”.
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