sexta-feira, 4 de maio de 2012

Doutor em neuropsicologia faz palestra para educadores de Corbélia



Durante o último dia 26, educadores corbelienses participaram da palestra “Como ocorre a aprendizagem no cérebro – melhorando a prática pedagógica do professor”, com o Professor e Doutor em neuropsicologia Egídio José Romanelli. A palestra, que foi realizada no Centro Cultural Vereador José Rubin e durou toda a manhã e parte da tarde, fez parte do progroma de formação continuada da Secretaria de Educação e Cultura de Corbélia.




Dado o dinamismo e a extensão do encontro, pode-se até classificá-lo como um minicurso, ao invés de uma simples palestra. O tema central abordado por Egídio versava em torno dos processos biológicos que tem lugar no cérebro quando a pessoa está assimilando algum conhecimento novo, ou seja, o que acontece dentro de nossa cabeça quando estamos aprendendo. Entender como o cérebro dos alunos funciona, segundo Egídio, pode ajudar os professores a planejar aulas interessantes, que cativem a atenção das crianças com atividades estimulantes. “O segredo da evolução do homem é o estímulo. As crianças devem ser estimuladas para aprender”, ensinou e ainda fez uma analogia: “os animais agem por instinto, mas em nós o instinto foi substituído pelo aprendizado. Assim como os instintos são fonte de prazer para o animal, o ato de aprender deve proporcionar o mesmo para nós. Quando as aulas forem gostosas para a criança ela vai aprender muito mais facilmente, e terá felicidade em ir para a escola”.


Romanelli demonstrou como deficiências no sistema neurológico são responsáveis pelo déficit de aprendizagem e apontou quais atitudes cabem ao professor que precisa ensinar alunos com essas limitações. “Três virtudes são necessários para um professor. São elas: paciência, paciência e paciência. Não há aprendizado sem repetição. Existem alunos que aprendem rápido, mas com alguns deles o professor vai precisar sentar do lado e repetir tantas vezes quanto for necessário”, disse Egídio. Por outro lado, há casos onde a dificuldade é gerada por métodos didáticos equivocados, e agravada quando os erros da criança são repreendidos com dureza excessiva pelo educador. A falta de paciência e delicadeza no trato pode bloquear os alunos, fazendo com que indivíduos sem nenhum distúrbio ou deficiência natural demonstrem semelhante dificuldade nos estudos. Nesse ponto, professoras que participaram da palestra reconheceram que “muitas vezes a gente, as professoras, não tem ideia de como essa questão da repreensão pode ser tão prejudicial”, admitiu a professora Elaine Aparecida de Souza. E a professora Carolina Fontana avalia que “essa situação é mais frustrante para o aluno do que para o professor”.


Para que a escola se constitua num ambiente propício para o estudo, diz Romanelli, ela precisa ser “gostosa”. Mas para que isso aconteça é fundamental que os professores sejam motivados. “Que os professores gostem do que fazem, gostem de crianças, e que exerçam o magistério com prazer”, recomendou. Educadores de “mal com a vida” vão acabar projetando toda sua amargura nos alunos. Quando o professor vai para a sala de aula acabrunhado e mau humarado, essa nagatividade vai se refletir nos alunos. Eles ficarão nervosos e agitados e isso vai aumentar o estresse desse professor. “O estresse somos nós que inventamos”, asseverou Egídio. Não adianta ser zeloso com a vida profissional e desleixado com a vida familiar e íntima. Dormir bem, cuidar da saúde, praticar algum hobbie, ler muito, são indispensáveis para o bem estar físico e mental e de maneira alguma devem ser negligenciados. 

 
De acordo com a Secretária de Educação Jusiney Terezinha Favretto Barbosa, a palestra do Dr. Egídio atendeu à um anseio dos profissionais de educação de Corbélia. “Há muito tempo eles almejavam por uma palestra assim: atraente, motivadora e que ressaltasse de forma tão clara os aspectos da relação ensino-aprendizagem”. A secretária afirma que a palestra foi importante para “a capacitação dos nossos profissionais, pois sua temática, processo de aprendizado, se relaciona íntimamante com o trabalho de todo educador”. A palestra, segundo Jusiney, conseguiu empolgar os professores. E esse estímulo acabará sendo revertido em benefício das próprias escolas, uma vez que educadores animados e empenhados em aprender mais se capacitam para “fazer uma educação mais dinâmica e tornar o processo de ensino e aprendizagem mais atraente para o aluno”, disse a Secretária de Educação. 

 

E se resta alguma dúvida quanto ao papel crucial do professor na educação e a necessidade imprescindível desta para o progresso da sociedade, e mais, da vida do homem, o doutor Romanelli lembra que “Jesus veio ao mundo como professor e ensinou durante seu ministéio terrestre. Isso nos mostra que trabalhar com educação é uma obra divina”.

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